IPO (Initial Public Offering)
De maneira geral, as empresas possuem duas formas de financiarem suas operações, por meio de capital de terceiros – bancos, credores e emissões de títulos de dívidas (debêntures) – e por meio do capital próprio – proprietários e acionistas. Os recursos fornecidos por terceiros são, em regra, empréstimos, e possuem suas limitações, podendo essas serem relativas ao próprio mercado, à vulnerabilidade do negócio, às condições financeiras da empresa, ao montante total envolvido no financiamento das operações, enfim, relativas às características da empresa e do setor ao qual pertence. Isso faz com que as empresas possuam um certo limite quanto à captação desse tipo de recurso para financiamento das suas operações.
Quando uma empresa projeta uma possibilidade de crescimento além da sua capacidade de captação de recursos de terceiros (no caso, bancos e credores), começa a levar-se em consideração a sua abertura de capital, também conhecido como IPO (Initial Public Offering). Consiste na oferta primária de ações da empresa ao público geral, processo que costuma ser lento e burocrático no Brasil. Isso quer dizer que os proprietários decidiram renunciar parte do controle da empresa em troca de recursos de pessoas externas à organização, que se tornam acionistas. Com isso, eles passam a receber parte dos lucros e poderão, dependendo da quantidade de ações adquiridas, interferir no destino da empresa por meio de votos nas assembleias da companhia.
O IPO das empresas costuma ser muito aguardado, tanto pelos proprietários – que poderão ter uma enorme quantia de recursos com a venda das ações – quanto pelos investidores, que poderão ter a chance de adquirir um ativo com capacidade de valorização. Porém, conforme foi dito anteriormente, o processo de abertura de capital é lento e requer grande cautela e análise, tendo em vista que, até o momento da abertura de capital, não sabe-se acerca da volatilidade e da liquidez no médio prazo do ativo. Ademais, geralmente não se tem acesso à uma grande quantidade de informações (detalhadas) acerca do desempenho e do estado econômico-financeiro da empresa, tendo em vista que seu capital anteriormente estava fechado e não eram publicados os dados. Atualmente, os agentes do sistema financeiro buscam suprir tal escassez de informações para o investidor. Estudos prévios são realizados por bancos de investimento (responsáveis pelo serviço de gerenciamento do IPO), especialistas, auditores e pela própria CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Eles buscam verificar o atual estado da empresa, que costuma publicar prospectos com seus últimos resultados e contratos. Todavia, mesmo com essas informações iniciais, é elevada a imprevisibilidade nesse tipo de evento do mercado de capitais.
Ewerton de Ávila Cardoso
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